O dia 4/12 é, a partir de hoje, uma data histórica para Minas Gerais e para o Brasil no cenário mundial. Nesta data, os ‘Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal’ foram reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
A decisão, anunciada na 19ª sessão do Comitê para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO, em Assunção, Paraguai, coloca a cultura e a identidade de Minas em evidência global e faz com que o país tenha o primeiro produto da cultura alimentar incluído na ‘Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco’.
O reconhecimento celebra os territórios produtores do Queijo Minas Artesanal (QMA) e suas tradições, e representa a valorização dos saberes ancestrais e dos modos de vida dos mineiros. A inclusão na lista da Unesco também é uma oportunidade de fortalecimento econômico e social para os produtores e suas comunidades, além de impulsionar o turismo sustentável e de experiência nas regiões produtoras do QMA.
Técnicas de mais de 300 anos
Técnicas desenvolvidas ao longo de mais de 300 anos, com origens nos pequenos produtores rurais, características únicas dos territórios de produção e saberes acumulados pelas comunidades locais foram alguns dos critérios que contribuíram para que Minas Gerais pudesse agora comemorar o importante feito.
“Os ‘Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal’ simbolizam a rica diversidade cultural e os saberes tradicionais do Brasil, que conectam gerações e fortalecem a identidade das comunidades locais. A inclusão dos ‘Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal’ na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO representa também um reconhecimento de sua relevância para o desenvolvimento econômico, inclusivo e sustentável”, diz a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.
"O título de Patrimônio Cultural da Humanidade tem duas vertentes: a materialidade, quando se refere a um edifício, e a imaterialidade, que, neste caso, é o alimento, o queijo. Isso significa que estaremos entre não mais de dez países no mundo que possuem um alimento reconhecido como Patrimônio da Humanidade. Os modos de fazer são importantes porque valorizam as pessoas, os produtores, que mantiveram essa tradição por mais de 300 anos aqui no Brasil", ressaltou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.
Festival do Queijo Artesanal
O anúncio é o resultado de um trabalho que começou em setembro de 2022, quando a candidatura foi lançada durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro.
Desde então, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), tem promovido, no Brasil e no exterior, o QMA em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ministério da Cultura (MinC), associações de produtores e entidades como o Sebrae Minas e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Minas Gerais conta com cerca de nove mil produtores de Queijo Minas Artesanal, gerando aproximadamente 50 mil empregos diretos e indiretos. A produção anual do QMA atinge cerca de 40 mil toneladas, com uma renda gerada que ultrapassa R$ 2 bilhões por ano.
Com informações, Agência Minas.
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