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Mobilidade

Rota do Zebu, entre Uberaba e Betim, terá pedágio e mais 44km de duplicação

Somente 96km da BR-262 em Minas Gerais são duplicados e, depois da concessão, ainda restarão 299km de pistas simples

5/01/2025 - 17:44 Por Wilson Lopes
A Rotas do Brasil S.A. deverá fazer aporte de R$ 8,54 bilhões em obras de adequação de capacidade da rodovia e em serviços operacionais (Jeff D'Avila-ANTT)

A BR-262 corta o Brasil de forma transversal, estendendo-se de Corumbá (MS) a Vitória (ES), numa totalidade de 2.295km. No trecho em que a rodovia atravessa Minas Gerais, entre Uberaba e Betim, ela é conhecida como Rota do Zebu. Esse trecho, de 439,9 quilômetros de extensão, entrecorta regiões de grande adensamento populacional. 

Na ponta oeste da rodovia está Uberaba, entrada para o Triângulo Mineiro, uma das regiões mais produtivas do país e onde vivem 2,7 milhões de habitantes. Conhecida como a Terra do Zebu, a cidade foi pioneira na importação dessa raça bovina, hoje predominante no país. A agropecuária é forte na região, que, além de grande exportadora de carne, concentra um dos mais significativos polos tecnológicos de melhoramento genético do Brasil.

Na outra extremidade da estrada fica Betim, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ali, a principal atividade econômica é a indústria – Betim abriga fábricas e centros logísticos de grande porte. 

No meio do caminho está Araxá, no Alto Paranaíba, importante polo metalúrgico, de mineração e produção de fertilizantes de Minas Gerais, tendo respondido por 5,1% das exportações mineiras nos nove primeiros meses de 2024.

Características que transformam a BR-262/ em uma rodovia estratégica para a economia brasileira, sendo muito usada para o escoamento de commodities, parte essencial das exportações nacionais.

Fonte: Ministério dos Transportes
O projeto garante tarifas diferenciadas para pistas dupla e simples, além de desconto de 5% para usuários de dispositivos de pagamento eletrônico (Darkyson Goncalves)

Gargalos logísticos

Com o aumento da produção do Triângulo Mineiro, a Rota do Zebu passou a vivenciar gargalos logísticos. Atualmente, a rodovia é, em maioria, de pista simples. Somente 96 quilômetros são duplicados. Também são escassos os trechos com faixas adicionais e pontos de acesso regularizados. Algo que, somado ao forte adensamento populacional das regiões cortadas pela BR-262/MG, torna o fluxo mais lento e, por vezes, perigoso.

Para resolver a questão, o Ministério dos Transportes promoveu a concessão da rodovia. A Rotas do Brasil S.A. venceu a disputa com uma proposta de 15,3% de desconto tarifário, o maior percentual entre as proponentes, e vai administrar a Rota do Zebu pelos próximos 30 anos.

Nesse período deverá fazer aporte de R$ 8,54 bilhões em obras de adequação de capacidade da rodovia e em serviços operacionais, como a duplicação de 44,3 quilômetros de rodovia, implantação de 168,8 quilômetros de faixas adicionais e de 3,63 quilômetros de vias marginais. 

Além disso, também ficará responsável por instalar um Ponto de Parada e Descanso (PPD), implantação de Centro de Controle de Operações (CCO) e Bases do Serviço Operacional (BSO), com equipes de atendimento médico de emergência e de socorro mecânico, além de 17 passarelas de pedestres, 100 pontos de ônibus, além de três passagens de fauna. 

Ao menos 4,4 milhões de pessoas serão diretamente beneficiadas e 63.765 empregos devem ser gerados da região metropolitana de Belo Horizonte até o Triângulo Mineiro.

O projeto garante tarifas diferenciadas para pistas dupla e simples, além de desconto de 5% para usuários de dispositivos de pagamento eletrônico e descontos progressivos conforme a frequência de uso da rodovia. Estão previstas seis praças de pedágio. Quatro delas já existentes e localizadas nos municípios de Florestal, Luz, Campos Altos e Perdizes. As duas novas praças ficarão nas cidades de Nova Serrana e Araxá.

A Rotas do Brasil S.A. foi criada com a parceria entre a Kinea, uma empresa gestora de fundos que integra o grupo Itaú Unibanco, e o grupo de construtoras Way Brasil. Essa foi a primeira participação do consórcio em leilões de infraestrutura. A nova plataforma foi lançada neste mês de outubro, após dois anos de estudo do setor e sucesso em captação de recursos para investimento em infraestrutura, como foco justamente no calendário de leilões rodoviários.

Com informações, Assessoria de Comunicação do Ministério dos Transportes.


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