
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declarou a cidade do Rio de Janeiro como a ‘Capital Mundial do Livro’. Durante o período de um ano, o Rio terá uma agenda de eventos e ações para formular novas políticas públicas de leitura.
A prefeitura coloca como destaque da agenda a Bienal do Livro, de 13 a 22 de junho, e uma edição especial do Prêmio Jabuti, realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro.
A programação inclui, ainda, atividades em bibliotecas municipais, exposições em museus, cafés literários, saraus, ações em livrarias e feiras literárias e intervenções culturais nos principais terminais de transporte público da cidade.
A Secretaria de Cultura anunciou que beneficiará 50 mil pessoas com políticas nacionais de fomento à cultura. Entre as ações, estão os projetos ‘Noite com Livros’; o ‘Book Parade Rio 2025’; o ‘Rio de Livros’ e a ‘Academia Editorial Jr’.
Dia Mundial do Livro
Desde 1995, a Unesco celebra o ‘Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais’ em 23 de abril para reconhecer o poder dos livros como ponte entre gerações e culturas. Esta data tem um simbolismo na literatura mundial, marcando a morte de vários autores renomados, incluindo William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega.
Todos os anos, como parte das comemorações, uma Capital Mundial do Livro é selecionada pela Unesco e por organizações internacionais que representam os três principais setores da indústria do livro: editoras, livreiros e bibliotecas. As cidades selecionadas se comprometem a promover o livro e a leitura para todas as faixas etárias e em todos os setores da sociedade, no país anfitrião e em outros lugares.
Até o momento, a Unesco designou 25 Capitais Mundiais do Livro, de Madri, na Espanha, em 2001, ao Rio de Janeiro, no Brasil, em 2025. Esta é a primeira vez que uma cidade de língua portuguesa é nomeada Capital Mundial do Livro.
Este ano, a cidade brasileira está implementando um projeto que destaca como os livros podem promover mudanças sociais – por exemplo, por meio da alfabetização, educação e erradicação da pobreza – e criar benefícios econômicos sustentáveis.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, acredita que os livros são veículos vitais para acessar, transmitir e promover a educação, a ciência, a cultura e a informação em todo o mundo. “Graças aos livros, nos mantemos informados, entretidos e conseguimos compreender melhor o nosso mundo”, ressalta.
Ela elogiou a importância do patrimônio literário do Rio de Janeiro, juntamente com uma visão e um plano de ação claramente definidos para promover a literatura, a publicação sustentável e a leitura entre jovens que utilizam tecnologias digitais. “Seu projeto tem a capacidade de afetar uma mudança social, por meio da alfabetização, educação e erradicação da pobreza – e trazer benefícios econômicos sustentáveis vinculados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, observa.
O Comitê Consultivo da Capital Mundial do Livro da Unesco é composto por representantes da Federação Europeia e Internacional de Livreiros (EIBF), do Fórum Internacional de Autores (IAF), da Federação Internacional de Associações de Bibliotecas (IFLA), da Associação Internacional de Editores (IPA) e da Unesco.
Capitais Mundiais do Livro
Madri (2001), Alexandria (2002), Nova Déli (2003), Antuérpia (2004), Montreal (2005), Turim (2006), Bogotá (2007), Amsterdã (2008), Beirute (2009), Liubliana (2010), Buenos Aires (2011), Erevan (2012), Bangkok (2013), Port Harcourt (2014), Incheon (2015), Wroclaw (2016), Conacri (2017), Atenas (2018), Sharjah (2019), Kuala Lumpur (2020), Tbilisi (2021), Guadalajara (2022), Accra (2023) e Estrasburgo (2024) e Rio de Janeiro (2025).
Poucos leitores
O título dado ao Rio de Janeiro é uma oportunidade para repensar os programas de leitura e de acesso aos livros em todo o país. A 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2024, mostra que houve uma redução de 6,7 milhões de leitores no país.
O levantamento realizado pelo Instituto Pró-Livro também indicou que a proporção de não leitores foi maior do que a de leitores pela primeira vez na série histórica.
Nos três meses anteriores à pesquisa, 53% das pessoas não leram nem parte de um livro, seja impresso ou digital, de qualquer gênero, incluindo livros didáticos e religiosos. Considerando apenas livros inteiros lidos no mesmo período, o percentual foi de 27%.
A pesquisa foi feita em 208 municípios. A maioria dos leitores corresponde ao gênero feminino (50,4%), sendo a faixa etária de 11 anos a 13 anos a que mais lê (81%). A Região Sul apresentou a maior proporção de leitores (53%). Em seguida, surgem as regiões Norte (48%), Centro-Oeste (47%), Sudeste (46%) e Nordeste (43%).
Outra questão a ser considerada é o preço dos livros e a capacidade de compra dos consumidores brasileiros. O 9º Painel de Varejo de Livros no Brasil, produzido pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), mostrou que o preço médio do livro no país subiu 12,20%, atingindo R$ 51,48.
Outra pesquisa, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), reforça os dados do Snel. No último balanço, apenas 16% da população brasileira acima de 18 anos de idade diz ter comprado ao menos um livro nos últimos 12 meses.
Com informações, Rafael Cardoso, Agência Brasil.
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