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Saber-fazer

Queijo Minas deve se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

Plano de Salvaguarda reúne informações sobre as políticas públicas culturais, patrimoniais, agropecuárias e sanitárias relacionadas ao universo dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal

19/10/2024 - 15:04 Por Wilson Lopes

Os 'Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal', reconhecidos em 2008 como 'Patrimônio Cultural do Brasil' e inscritos no livro de 'Registro dos Saberes', agora têm um 'Plano de Salvaguarda'. 

O documento reflete a diversidade e complexidade das demandas e contribuições das comunidades detentoras para a continuidade desse bem cultural. O desenvolvimento do plano contou com participação social e representa a continuidade dos diálogos realizados entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a comunidade local. 

O Queijo Minas Artesanal é um símbolo vivo da cultura brasileira, produzido com técnicas relacionadas à produção de queijo de leite cru, uma importante atividade socioeconômica que promove inclusão e desenvolvimento local, em especial da agricultura familiar. 

Esse saber-fazer envolve valores culturais, conhecimentos e técnicas desenvolvidas ao longo de três séculos, tornando o Queijo Minas Artesanal um alimento referencial para a cultura e a identidade locais de grupos e indivíduos de diferentes regiões e paisagens do estado de Minas Gerais. 

Em cada região, o Queijo Minas Artesanal remete ao sentimento de pertencimento dos indivíduos a suas comunidades de origem e ao orgulho dos produtores pela qualidade do resultado de seu trabalho cotidiano, que envolve desde o manejo do pasto e cuidado com o bem-estar dos animais até o preparo e a venda do queijo aos consumidores.

Esse saber-fazer envolve valores culturais, conhecimentos e técnicas desenvolvidas ao longo de três séculos (APROCAN/Associação dos Produtores de Queijo Canastra)

"O Queijo Minas Artesanal é uma importante referência cultural brasileira e seus modos de fazer preservam a memória e o modo de vida das comunidades produtoras" afirma o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI), Deyvesson Gusmão. "A diversidade de contextos que afetam a produção e reprodução desse bem cultural passa por questões ligadas ao campo da agricultura, da segurança alimentar, da comercialização, da vigilância sanitária e de diferentes instrumentos de proteção de propriedade intelectual. Contextos e necessidades tão diversos demandaram um processo de diálogo com diferentes instituições e instâncias do governo, tendo o Iphan sempre se colocado ao lado dos detentores desse saber-fazer em diversos momentos cruciais", acrescenta.  

O Plano de Salvaguarda é um instrumento fundamental para a gestão dos bens registrados como Patrimônio Cultural Imaterial. O documento apresenta as iniciativas de proteção de maneira estratégica, os objetivos e o planejamento de ações a serem desenvolvidas a curto, médio e longo prazo, a fim de promover um amplo alcance da política de salvaguarda, a qual deve, também, estar sempre articulada a outras políticas públicas. 

O documento é resultado de uma colaboração entre o Iphan e o Coletivo da Salvaguarda dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal. Os encontros para a elaboração do Plano de Salvaguarda foram realizados ao longo de 2023. 

A candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal à lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) está em análise técnica pelo Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco e a apreciação deve ser realizada em dezembro deste ano. 

O requerimento para inclusão do bem na lista da Unesco foi apresentado pelo Iphan, juntamente com a Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais em setembro de 2022. O reconhecimento tem como objetivo dar visibilidade internacional a esse Patrimônio Cultural brasileiro. 

A candidatura foi realizada com o apoio e a participação de associações de produtores de queijo e instituições parceiras que protagonizam a salvaguarda do bem em especial, a Amiqueijo, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

Com informações, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Acesse aqui o Plano Salvaguarda dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal>>


Assista ao vídeo 'Modo artesanal de fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro'>>

 

 

 

 

 


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