Na reportagem ‘Ruas de asfalto ou concreto? Depende...’ a Agência Cidades já abordou as vantagens e desvantagens dos dois pavimentos, concluindo que o concreto apresenta maior resistência e longevidade; e o asfalto mais flexibilidade e menor custo, a curto prazo.
Mas um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), adaptado para as condições brasileiras pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) ainda apontou outras vantagens para o pavimento rígido, contra o pavimento flexível, como melhor iluminação, redução na temperatura da pista e economia de combustível.
Para a ABCP, se fosse adotado em toda a malha rodoviária nacional, o pavimento rígido representaria um gasto estimado em R$ 20 bilhões/ano a menos (5,3 bilhões de litros de combustível), só com veículos de carga.
A malha rodoviária brasileira asfaltada se estende por 213,5 mil quilômetros (CNT Rodovias/2023). Desse total, apenas 3% (pouco mais de 640km) utilizam o concreto no seu pavimento, conforme relatório da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Na Alemanha, de acordo com Wlastermiler de Senço, no ‘Manual de técnicas de pavimentação’, 92% das rodovias contam com pavimento rígido. No Brasil, na maioria das vezes, o uso do concreto como pavimento ainda é restrito apenas em pistas de rolagem de ônibus e pontos de parada para veículos pesados.
Peso pesado
Goiás está no caminho para pavimentar o ranking das rodovias de concreto do país. O trecho escolhido pelo Governo do Estado é simbólico. Um percurso de 6,5km de extensão, no perímetro urbano de Rio Verde, o quarto maior produtor de soja do Brasil.
O trecho da Rodovia GO-174, no sentido noroeste, onde estão Montividiu, Iporá e Montes Claros de Goiás, também atenderá à grandes corporações instaladas em Rio Verde, como a BRF (Perdigão, Sadia e Qualy), uma das maiores companhias de alimento do mundo, Marfrig, Basf Soybean Station, Klabin, Cargil Agrícola, cooperativa Comigo e a Tecnoshow, a segunda maior feira de tecnologia em agronegócio do país.
O prazo de execução será de 18 meses. A obra está estimada em R$ 60 milhões, bancada com recursos Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). O fundo, por sinal, criado pela Lei 21.670/2022, foi criado para construir, recuperar, manter e conservar rodovias, tendo como fonte de suas receitas uma contribuição sobre operações de compra e venda de commodities agrícolas, que varia de 0,5% a 1,65%, sobre o valor bruto da operação.
Vantagens da rodovia de concreto
- 13% mais ecoeficiente
- 14% a 40% de redução da distância de frenagem
- 1% a 6% de economia de combustível
- 33% de redução de custo com manutenção
- 26% de redução do custo total da obra (20 anos)
Fonte: Votorantim Cimentos
Veja a apresentação da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)>