O Centro de Genética Humana (Cegh) da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi criado para ampliar as possibilidades de pesquisas da universidade no campo da genética, além de prestar serviços para a população, por meio de um convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).
O laboratório está vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB), localizado no Campus Samambaia, em Goiânia (GO). O espaço, de 580m2, é resultado de um trabalho de 11 anos, desde a concepção do projeto até a entrega à comunidade. O Centro possui laboratórios de biologia celular, citogenética convencional e a citogenética molecular, que atendem a um amplo espectro de patologias de ordem genética.
No local são feitos diagnósticos genéticos, por meio de convênio com o SUS. A expectativa é poder atender às pessoas que precisam desse tipo de exames e que normalmente não têm acesso a eles. “Muitos pais chegam até nós sem saber exatamente o que os filhos têm”, observa a coordenadora do Centro de Genética Humana e professora do ICB, Rosângela Hatori Rocha. “Agora vamos atender pacientes que necessitam de diagnósticos genéticos e não têm acesso”, completa.
Mutação genética
Os primeiros sequenciamentos genéticos para detecção precoce das mutações que causam câncer de mama ou ovário já foram realizados no Centro de Genética Humana (GEF).
A ação é fruto do convênio “Goiás Todo Rosa”, assinado pela UFG com o Governo de Goiás em 2023. O governo estadual já havia criado a Lei 20.707/2020, implantando o exame de detecção de mutação genética dos genes em mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou de ovário. Inicialmente o projeto atenderá pacientes na Policlínica de Quirinópolis, na região Sudoeste do estado. Na sequência contemplará a região Centro-Norte, em Goianésia e Uruaçu.
Em Goiás, a taxa de mortalidade por câncer de mama em 2021 foi de 13,62/100.000 mulheres. De 2020 a 2023, pelos menos 1.993 mulheres perderam a vida para a doença. Quanto à incidência, no período de 2020 a 2022 foram diagnosticados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Goiás, 5.349 casos de câncer. Em 2023, até o mês de julho, foram 730 casos confirmados.
O câncer de mama é o mais frequente em mulheres no Brasil. É a principal causa de morte entre a população feminina. Para o ano de 2023 foram estimados 73.610 novos casos no país.
Atenção primária
As pacientes com suspeita da doença serão atendidas na Atenção Primária por equipes capacitadas. Em seguida, serão encaminhadas para a Policlínica de Quirinópolis, onde passarão por consulta com mastologista, também preparado para identificar o potencial de mulheres com mutação genética, que depois irão para realização do exame no laboratório da UFG, em Goiânia.
O exame analisa todas as bases presentes nos genes BRCA 1 e 2, permitindo a identificação de mutações que podem causar câncer de mama e ovário. Ele pode ser feito a partir de uma simples amostra de sangue ou do DNA extraído de peça tumoral.
Com o diagnóstico, é possível estabelecer uma rotina personalizada de rastreio de câncer, com maiores chances de cura e mais qualidade de vida para o paciente, com a opção também da mastectomia profilática. O procedimento cirúrgico ocorrerá no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), por opção da paciente.
De acordo com o governo, o serviço será disponibilizado gratuitamente a partir de fevereiro deste ano, com capacidade de realizar cerca de 40 testes por mês.
Centro de Genética Humana - CEGH/ICB: (62) 3521-2354
Com informações Versanna Carvalho, Secom/UFG; e Márcia Fabiana, Agência Cora Coralina de Notícias.