
Ao unir preservação, desenvolvimento sustentável e conscientização ambiental, o ecoturismo, também conhecido como turismo ecológico, atrai cada vez mais a atenção de viajantes nacionais e internacionais. Em alta no país, o segmento é celebrado no dia 1º de março, Dia Nacional do Turismo Ecológico.
Dentro do Ecoturismo, o modelo de gestão turística com base comunitária tem impulsionado o desenvolvimento de pequenos negócios em territórios tradicionais ocupados por indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros povos originários, tendo em vista que muitas comunidades vivem em áreas naturais conservadas ou no entorno de Unidades de Conservação.
Considerado um dos maiores empreendimentos quilombolas do turismo no Brasil, a Associação Kalunga Comunitária Engenho II (AKCE) se tornou referência em ecoturismo de base comunitária. Além de atrativos naturais famosos, como a Cachoeira Santa Bárbara, o território Kalunga tem atraído cada vez mais turistas interessados em vivenciar experiências turísticas autênticas na localidade.
Preocupados com o turismo desenfreado, os Kalungas assumiram a gestão turística do território com o propósito de garantir preservação dos recursos naturais e investir em benefícios coletivos para a comunidade. Localizado na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, o Quilombo Kalunga foi reconhecido pela ONU, em 2021, como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil.
Nos últimos anos, por meio da atuação dos Agentes de Roteiros Turísticos do Sebrae, a AKCE tem recebido consultorias para desenvolver e diversificar produtos turísticos adequados ao perfil da comunidade, inclusive apoio ao empreendedorismo local.
Atualmente, a rede comunitária de turismo da Comunidade Engenho II inclui três atrativos naturais/cachoeiras, quatro empreendimentos de hospedagem, sete restaurantes e lanchonetes, além de 19 transportadores turísticos e uma loja comunitária de artesanato e produtos locais. A gestora do turismo do Sebrae Goiás, Priscila Vilarinho, destaca o protagonismo das mulheres como empreendedoras e lideranças na comunidade.
Ao todo existem 403 condutores de visitantes que desempenham a função de interpretação dos recursos naturais, que para eles têm poder de cura, como também da cultura e história Kalunga. Entre as novas atividades turísticas criadas, com apoio do Sebrae.

Roda de Conversa com anciões
Priscila Vilarinho, gestora do turismo do Sebrae Goiás, conta que, com apoio da instituição, a comunidade do Engenho II incorporou em seus programas de visitação uma experiência de turismo por meio da Roda de Conversa com os anciões que compartilham a história, cultura, processo de organização e luta comunitária do quilombo Kalunga.
Segundo ela, pelo menos 10 agências de turismo que operam na comunidade e muitas operadoras de turismo da região têm parceria com operadoras nacionais.
Entre 2020 e 2023, a comunidade teve um retorno de quase 12 milhões, a partir de ações voltadas para o turismo. Maioria dos recursos são investidos em melhorias para o desenvolvimento do território e na melhoria das experiências dos visitantes. Em agosto do ano passado, o Quilombo integrou o roteiro do famtour que contou com operadores do Chile e da Colômbia, que contemplou Brasília e a Chapada dos Veadeiros.
Com informações, Por Cibele Maciel, Agência Sebrae de Notícias.
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