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Medalha de Prata

Brasil tem a 2ª maior taxa de juro do mundo

Copom mantém juros básicos em 10,5% ao ano, colocando a taxa real do Brasil atrás apenas da Rússia, que está em guerra

24/10/2024 - 10:50 Por Wilson Lopes

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa Selic, em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes de juros iniciado há quase um ano. 

Em nota, o Copom explicou que a decisão foi motivada pelo ambiente externo adverso e pelo conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho doméstico que seguem apresentando dinamismo maior do que o esperado. 

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No ano, o IPCA acumula alta de 2,48% e no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses anteriores. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. 

Segundo o Relatório de Inflação divulgado em junho pelo Banco Central, a inflação deve ficar em 4% em 2024. Já de acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 4,1%.

“Não estamos em guerra”

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que não faz sentido o Brasil ter uma das maiores taxas de juro real do mundo, mesmo dispondo de fundamentos sólidos na economia. “Não tem justificativa. Temos a segunda maior taxa de juro real do mundo. Só perdemos para a Rússia, que está em guerra”.

Os juros reais são a conta considerando a taxa de juros descontada da inflação, e, mais do que a taxa bruta, é o número que de fato afeta a economia. Entre os fundamentos sólidos, Alckmin citou reservas cambiais de US$ 370 bilhões, segurança jurídica, enorme mercado consumidor e recorde de exportações.

Alckmin destacou a importância do ajuste fiscal e disse que o governo vai cumprir o arcabouço fiscal. A expectativa é de que, ainda neste semestre, ocorra uma redução das taxas de juros norte-americana e a brasileira, o que irá favorecer o crescimento da economia nacional.

“O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte, o balanço das exportações de janeiro a julho será recorde. Temos reservas cambiais, e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida. Por isso, não tem razão o Brasil ter a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, afirmou.

Conforme o ‘Ranking Mundial de Juros Reais’, divulgado pelo MoneYou, o movimento global de políticas de aperto monetário perdeu força mundo afora, sendo o contexto majoritário de manutenção das taxas de juros. No computo geral, revela o estudo, entre 167 países pesquisados, 67,07% mantiveram os juros, 5,99% elevaram e 26,95% cortaram as suas taxas. 

Com informações, Sabrina Craide, Agência Brasil.

Acesse o Ranking Mundial de Juros Reais MoneYou>>

@themoneyou

Fonte: CNN/MoneYou

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