Em sua coluna ‘Brasil em Retratos’, apresentada no Jornal Band News FM (04/04/24), o presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva, Renato Meirelles, expôs como a desinformação vem sendo utilizada como uma estratégia para a disputa de poder no Brasil.
Entrevistado pelos jornalistas Luiz Megale, Carla Bigatto e Sheila Magalhães, Meirelles foi enfático ao afirmar que o preço que se paga pela mentira muitas vezes é com a própria vida humana.
O pesquisador citou estudos anteriores do Locomotiva à época da Covid, para ratificar seu posicionamento:
- 12% acreditavam que a vacina poderia causar autismo
- 22% acreditavam que os caixões foram enterrados com pedras no lugar de corpos humanos
- 11% acreditavam que as vacinas foram utilizadas para implantar chips nos corpos das pessoas
Nos estudos recentes, Renato Meirelles apresentou dados sobre a percepção dos brasileiros sobre assuntos do cotidiano.
Acho que é verdade que o homem pisou na Lua
- 71% - sim
- 29% - não (58,9 milhões)
Acredito que o homem descende de um ancestral de um macaco
- 45% - sim
- 29% - é mentira (58,9 milhões)
Acredito que a terra é redonda
- 85% - acredito
- 15% - tenho dúvida ou não acredito (30 milhões)
Quase 90% dos brasileiros admitem ter acreditado em fake news
Quase 90% da população brasileira admite ter acreditado em conteúdos falsos. É o que revela uma pesquisa do Instituto Locomotiva e obtida com exclusividade pela Agência Brasil. Segundo o levantamento, oito em cada dez brasileiros já deu credibilidade a fake news. Mesmo assim, 62% confiam na própria capacidade de diferenciar informações falsas e verdadeiras em um conteúdo.
Sobre o conteúdo das notícias falsas que acreditaram, 64% era sobre venda de produtos, 63% diziam respeito a propostas em campanhas eleitorais, 62% tratavam, de políticas públicas, como vacinação, e 62% falavam de escândalos envolvendo políticos. Há ainda 57% que afirmaram que acreditaram em conteúdos mentirosos sobre economia e 51% em notícias falsas envolvendo segurança pública e sistema penitenciário.
O instituto ouviu 1.032 pessoas com 18 anos de idade ou mais entre os dias 15 e 20 de fevereiro. Na opinião de 65% dos entrevistados, as notícias falsas são distribuídas com a ajuda de robôs e inteligência artificial. A cada dez pessoas, oito reconhecem que há grupos e pessoas pagas para produção e disseminação de notícias falsas.
O maior risco da desinformação para 26% da população é a eleição de maus políticos, enquanto 22% acreditam que o perigo maior e atingir a reputação de alguém e 16% avaliam como maior problema a possibilidade de causar medo na população em relação a própria segurança. Há ainda 12% que veem como maior risco prejudicar os cuidados com a saúde.
Ingenuidade e vergonha
Ser enganado por uma notícia falsa gera um sentimento de ingenuidade para 35% das pessoas, 31% ficam com raiva e 22% sentem vergonha.
Um quarto da população (24%) afirma já ter sido acusado de espalhar informações falsas por pessoas que têm uma visão de mundo diferente.
O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, defende medidas educativas como forma de combater a disseminação de conteúdos mentirosos. “Para enfrentar essa questão, há um desafio para as instituições públicas de formular estratégias que incluam a promoção da educação midiática e a verificação rigorosa das fontes de informação, para fortalecer a comunicação do país e garantir que a população receba informações precisas e confiáveis”, afirma.
Com informações, Agência Brasil.
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