Conquistar a casa própria é o sonho de 50% dos brasileiros. Pesquisa do Sebrae revelou que, em 2023, o desejo só perdeu pela vontade de viajar pelo Brasil (53%). E essa importância que o brasileiro dá para a casa própria foi ratificada pelos dados do ‘Censo Demográfico 2022: Características dos domicílios - Resultados preliminares da amostra’, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2022, havia um considerável predomínio dos domicílios próprios, com 72,7% da população brasileira residindo em domicílios de propriedade de algum dos moradores (já pago, herdado, ganho ou ainda pagando).
Por outro lado, a proporção de brasileiros que viviam em domicílios alugados manteve a trajetória de crescimento e chegou a 20,9% da população. Em 2000, essa parcela era de 12,3% e, em 2010, de 16,4%.
Já 5,6% da população vivia em domicílios cedidos ou emprestados (por empregador, familiar ou outra forma) e 0,8% em outras condições de ocupação.
Em 2000, essas proporções eram de 76,8% para domicílios próprios, 9,7% para os cedidos e 1,2% em outras condições, e, em 2010, 75,2%, 7,7% e 0,7%, respectivamente.
Alvenaria com revestimento
Em relação aos elementos estruturais do domicílio, o Censo Demográfico 2022 investigou o material predominante nas paredes externas. Uma proporção de 87,0% da população brasileira residia em domicílios com paredes externas de alvenaria com revestimento ou taipa com revestimento. O segundo material mais comum foi a alvenaria sem revestimento, com 7,6%.
A madeira para construção foi o material predominante nos domicílios de 4,1% da população, seguida pela taipa sem revestimento (0,6%), enquanto 0,1% da população residia em domicílios com paredes de madeira aproveitada de tapume, embalagens ou andaimes. Os materiais não cobertos pelas categorias anteriores compunham as paredes de 0,5% da população em 2022.
Domicílios com até três cômodos diminuíram
Analisando os dados dos domicílios ao longo dos últimos cinco Censos, observou-se que a proporção de domicílios com até três cômodos caiu de forma consistente, passando de 29,1% em 1970 para 9,0% em 2022. Para o IBGE, cômodos são todos os espaços cobertos por um teto e limitados por paredes (construção vertical que permite limitar, dividir ou vedar espaços) que sejam parte integrante do domicílio, inclusive banheiro e cozinha. Não são considerados cômodos os corredores, varandas e garagens.
Em 2022, 0,2% da população residia em domicílios de apenas 1 cômodo, enquanto 1,5% residiam em domicílios de 2 cômodos. Os domicílios de 3 cômodos serviam de moradia a 5,3% da população; os de 4 cômodos, a 13,5% e os de 5 cômodos, a 29,2%. Os domicílios compostos por 6 a 9 cômodos abrigavam 44,4% da população, ao passo que os 5,9% restantes da população residiam em domicílios com 10 cômodos ou mais.
Em 2022, 2,6% dos domicílios particulares permanentes brasileiros tinha mais de 3 moradores por dormitório, o que significa dizer que ao menos 4 pessoas dormiam no mesmo ambiente. Em 2000, essa proporção era de 9,6% e, em 2010, de 5,6%.
Outros 8,4% dos domicílios tinham mais de 2 moradores até 3 moradores por dormitório. Os domicílios com mais de 1 morador até 2 moradores por dormitório representavam 53,9% do total, e os domicílios com apenas 1 morador por dormitório alcançavam 35,1%.
68,1% tinha máquina de lavar em casa
De 2000 a 2022, a proporção da população que residia em domicílios com máquina de lavar roupa mais do que dobrou, passando de 31,8% para 68,1%.
Todas as grandes regiões tiveram crescimento. A Região Nordeste apresentou a menor proporção de presença de máquina de lavar roupas em 2022, com 37,1%, enquanto a maior proporção foi verificada na Região Sul (89,8%). O destaque vai para a Região Centro-Oeste, onde houve uma expansão de 52,5 pontos percentuais, a maior dentre as grandes regiões, com elevação de 26,7% para 79,2%.
Santa Catarina lidera entre as unidades da federação, com 94,2% da população em domicílios com máquina de lavar. No outro extremo, o Maranhão apresentou a menor taxa, com 27,0%. “Nota-se que o Maranhão, em 2022, tinha uma proporção de presença de máquina de lavar roupas inferior à média nacional verificada 22 anos antes, em 2000 (31,8%)”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa.
Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, São Caetano do Sul (SP) registrou a maior proporção (97,6%) de com máquina de lavar. Nesse conjunto de municípios, a menor proporção foi verificada em Codó (MA) (17,8%).
“Nota-se que a proporção de presença da máquina de lavar roupas ultrapassava, em 2022, 95% da população em 212 municípios, sendo 206 deles na Região Sul. Em outros 160 municípios, menos de 10% da população residia em domicílios com máquina de lavar roupa; desses, 152 estavam localizados na Região Nordeste”, completa o analista da gerência de Indicadores Sociais do IBGE, Bruno Mandelli.
89,4% tinha Internet em casa
O Censo Demográfico 2022 registrou pela primeira vez os números de pessoas com acesso à Internet no Brasil. Nesse ano, 89,4% da população brasileira residia em domicílios com acesso à Internet. Entre as unidades da federação, o Distrito Federal registrou a maior proporção, com 96,2% da população. Por outro lado, o Acre teve a menor, com 75,2%.
Nenhum município registrou 100% da população residindo em domicílios com acesso à Internet. Porém, em 179 municípios a proporção de acesso domiciliar à Internet superava 95% da população, sendo 98 destes na Região Sul. Entre os 10 municípios com maiores percentuais de acesso domiciliar à Internet, 8 se localizavam em Santa Catarina. No outro extremo, 33 municípios registraram menos da metade da população com acesso domiciliar à Internet, dentre os quais 32 se localizavam na Região Norte.
Com informações, Breno Siqueira, Vinícius Britto e Claudia Ferreira, Agência IBGE Notícias.
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