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Verticalização

63,4% dos 418.608 habitantes de Santos moram em apartamentos

Cidade paulista é a que apresenta o menor percentual da população morando em casas no ranking nacional

14/11/2024 - 15:35 Por Wilson Lopes

O Censo Demográfico 2022 revelou que em apenas três dos 5.568 municípios brasileiros há mais moradores em apartamentos do que em casas. Em Santos (SP), a cidade mais vertical do Brasil, 63,45% dos 418.608 habitantes residem em apartamentos; em Balneário Camboriú (SC), são 57,22% dos 139.155 moradores; em São Caetano do Sul (SP), são 50,77% dos 165.655 residentes.   

“Santos é um município com boa parte de sua área em uma ilha, onde fica a parte urbana já totalmente ocupada. Por isso, a tendência de expansão é a verticalização. Parte do que poderia ser a periferia e regiões menos adensadas estão em municípios vizinhos”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa.

Balneário Camboriú tem chamado a atenção pelo grande número arranha-céus 

Já Balneário Camboriú (SC) segue uma lógica diferente. Com uma atividade mobiliária intensa nos últimos anos e sendo um destino turístico importante da região Sul, o município catarinense viu o percentual de moradores em apartamentos saltar de 48,9% para 57,2% do Censo 2010 para o Censo 2022. A cidade do litoral norte de Santa Catarina tem chamado a atenção pelo grande número arranha-céus construídos recentemente. "É uma tendência de áreas litorâneas valorizadas economicamente: um adensamento que gera verticalização para atrair mais pessoas que querem estar próximas às praias”, justifica o pesquisador.

São Caetano do Sul é bastante adensado e tem verticalização considerável

Completa a lista São Caetano do Sul (SP). O município, diz Bruno, tem uma área relativamente pequena, com população de porte médio e muito inserida na Região Metropolitana de São Paulo, estando consideravelmente próxima ao centro da capital. “Ou seja, tem características semelhantes à área do chamado Centro Expandido de São Paulo: bastante adensado e tem verticalização considerável”, completa o analista.

Municípios com maior percentual de apartamentos

Posição Município Percentual
Santos (SP) 63,45
Balneário Camboriú (SC) 57,22
São Caetano do Sul (SP) 50,77
Vitória (ES) 45,4
Porto Alegre (RS) 42,36
Viçosa (MG) 41,68
São José (SC) 41,05
Niterói (RJ) 40,2
Itapema (SC) 38,76
10º Florianópolis (SC)  38,64

Fonte: Censo 2022: Características dos domicílios - Resultados do universo

Em 2022, havia no país 59,6 milhões de casas ocupadas, nas quais residiam 171,3 milhões de pessoas. Ou seja, a maioria da população (84,8%) morava nesse tipo de residência. O segundo tipo mais encontrado foi apartamento, categoria de domicílio na qual residiam 12,5% da população.

Os domicílios do tipo “casa de vila ou em condomínio”, que em 2010 abrigavam 1,6% das pessoas residentes no Brasil, passou a abrigar 2,4% em 2022. Dessa forma, em conjunto, os tipos “casa” e “casa de vila ou em condomínio” reuniam 87,2% da população.

O amplo predomínio das casas entre os tipos de domicílios já havia sido registrado nos Censo Demográficos anteriores, assim como a tendência de aumento da proporção de apartamentos: em 2000, 7,6% da população residia nesse tipo de domicílio, número que passou para 8,5% em 2010 até chegar aos 12,5% registrados em 2022.

Bruno Perez explica que esse aumento é expressivo e nacional, sendo registrado em todas as regiões do país, embora seja mais típico dos grandes centros urbanos. “Essa verticalização é uma resposta ao adensamento da população dos municípios, principalmente nas áreas de região metropolitana e nos centros das cidades maiores”, afirma.

As demais categorias são residuais. Um grupo de 494 mil pessoas (0,2% da população) residia em domicílios do tipo “habitação em casa de cômodos ou cortiço”. As outras duas categorias abrigavam menos de 0,1% da população: “habitação indígena sem paredes ou maloca", com 52 mil pessoas, e “estrutura residencial permanente degradada ou inacabada", com 81 mil pessoas.

Piauí tem a maior proporção de pessoas em casas; Distrito Federal lidera em apartamentos

Na comparação entre o Censo de 2010 e o de 2022, a proporção da população residindo em apartamento” teve expansão em todas as regiões. O maior percentual segue no Sudeste (16,7%), seguido pelo Sul (14,4%). Na outra ponta, aparece o Norte (5,2%).

Entre as unidades da federação (UF), o Piauí teve a maior proporção da população residindo em domicílios do tipo “casa” (95,6%), seguido de perto pelo Tocantins (95,3%) e Maranhão (95,1%). Já a menor foi no Distrito Federal (66,14%), que por sua vez, liderava o ranking de percentual da população residindo em apartamentos (28,7%), enquanto o Tocantins (2,5%) teve a menor proporção no quesito.

A maior ocorrência dos domicílios do tipo casa de vila ou em condomínio foi registrada no Rio de Janeiro (5,9%), seguido por Roraima (5,3%). Espírito Santo (0,5%) apresentou o menor percentual.

As informações foram publicadas pelo IBGE no “Censo 2022: Características dos domicílios - Resultados do universo”. 

Com informações Caio Belandi, Agência IBGE Notícias.

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Consulte o Panorama do Censo 2022>


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