A Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a proporção da população brasileira que vive em domicílio próprio e já pago vem diminuindo a cada ano. Em 2016, eles somavam 67,8%; em 2022 representam 64,6% dos 74.144.649 domicílios existentes no país.
Os outros 35,4% se dividem entre aqueles que têm imóvel próprio, mas ainda estão pagando (6%), moram de aluguel (21,1%), cedido pelo empregador (1,5%), cedido por familiar (6,7%), cedido de outra forma (0,7%) ou de outra forma (0,2%).
Entre as capitais, cinco delas apresentam mais de 30% de seus imóveis ocupados na condição de aluguel. São elas: Palmas (39,8%), Brasília (33,1%), Natal (31,7%), Goiânia (31,1%) e Aracaju (31%). As capitais que apresentam os menores índices de aluguel são Rio Branco (16,5%), Teresina (14%) e Macapá (12,4%).
Outra questão que a SIS revelou foi uma quantidade expressiva de domicílios habitados por uma única pessoa. São 11.834.279 (15,9%) lares onde vivem apenas um habitante. Somados àqueles onde moram duas pessoas (20.313.768 ou 27,3%), são 32.148.047 de domicílios, o que representa 43,2% do total de 74,1 milhões, ou seja, quase a metade das moradias compartilhadas por apenas duas pessoas.
Condição | Domicílio |
63,8% | Próprio (já pago) |
6% | Próprio (pagando) |
21,1% | Alugado |
1,5% | Cedido por empregador |
6,7% | Cedido por familiar |
0,7% | Cedido de outra forma |
0,2% | Outra forma |
Fonte: Síntese de Indicadores Sociais/2022
Total (1.000) Domicílios | 74.144 (100%) |
Casa | 63.012 (84,9%) |
Apartamento | 11.021 (14,8%) |
Moradores/Um | 11.834 (15,9%) |
Moradores/Dois | 20.314 (27,3%) |
Moradores/Três | 19.767 (26,6%) |
Moradores/Quatro | 13.820 (18,6%) |
Moradores/Cinco ou mais | 8.410 (11,3%) |
Urbana | 64.771 (87,3%) |
Rural | 9.374 (12,6%) |
Fonte: Síntese de Indicadores Sociais/2022
O estudo também analisou, nos domicílios próprios, se há documentação da propriedade. Em 2022, faltava documentação para 13,6% das pessoas que viviam em domicílios próprios, uma redução de 2,0 pontos percentuais em relação a 2019 (11,6%). “A inexistência de documentação indica que os moradores convivem com algum grau de vulnerabilidade e insegurança de posse”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa.
Essa situação tem proporções maiores entre a população preta ou parda (12,3%), entre as mulheres sem cônjuge com filho de até 14 anos (10,9%) e chega a 18,5% na população com os menores rendimentos.
Outra inadequação nas condições de moradia relacionada a acessibilidade financeira é o ônus excessivo com aluguel, quando o valor pago no aluguel é igual ou maior que 30% do rendimento domiciliar. Em 2022, essa situação atingia 23,3% da população residente em domicílios alugados, representando 4,7% do total da população. Essa vulnerabilidade atinge mais à mulher sem cônjuge com filho de até 14 anos (14,2%), as pessoas que residem em arranjos unipessoais (9,6%) e a população de menores rendimentos (9,7%).
Perez destaca que, apesar de as duas inadequações estarem relacionadas a menores rendimentos, eles diferem em sua distribuição regional: “Enquanto a inexistência de documentação de comprovação da propriedade está relacionada à população mais pobre dos estados de menor rendimentos, o ônus excessivo de aluguel é mais frequente entre a população mais pobre dos estados com rendimento mais alto”.
Com informações, Irene Gomes, Agência IBGE Notícias.
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