Chegamos ao limite!
Organização Meteorológica Mundial confirmou que 2024 foi o ano mais quente já registrado na história da humanidade
11 JAN 2025 - 08H00 • Por Wilson LopesA Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência especializada das Nações Unidas responsável por promover a cooperação internacional em ciência atmosférica e meteorologia, acaba de publicar um estudo alarmante, que coloca 2024 como o ano mais quente já registrado pela instituição. “Isso significa que provavelmente acabamos de vivenciar o primeiro ano civil com uma temperatura média global de mais de 1,5 °C acima da média de 1850/1900”, relata a OMM.
A OMM fornece uma avaliação de temperatura com base em múltiplas fontes de dados para dar suporte ao monitoramento climático internacional e fornecer informações confiáveis para o processo de negociação de Mudanças Climáticas da ONU.
Os conjuntos de dados são do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), Agência Meteorológica do Japão, NASA, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), Met Office do Reino Unido em colaboração com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e Berkeley Earth.
“A história do clima está se desenrolando diante dos nossos olhos. Não tivemos apenas um ou dois anos de quebra de recordes, mas uma série completa de dez anos. Isso foi acompanhado por clima devastador e extremo, elevação do nível do mar e derretimento do gelo, tudo alimentado por níveis recordes de gases de efeito estufa devido às atividades humanas”, disse a Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo.
Nesse cenário, o Observatório Copernicus, da União Europeia, calcula que a temperatura média do planeta Terra tenha alcançado 15,10ºC, o mais quente da história. Para piorar a situação, a temperatura média do planeta registrou um índice médio 0,72ºC mais alto que a média das últimas 3 décadas (1991/2020).
Aquecimento do oceano
O estudo ‘Advances in Atmospheric Sciences’ descobriu que o aquecimento do oceano em 2024 desempenhou um papel fundamental nas altas temperaturas recordes. O oceano está mais quente do que nunca, não apenas na superfície, mas também nos 2.000 metros superiores, de acordo com o estudo liderado pelo Prof. Lijing Cheng do Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências, que envolveu uma equipe de 54 cientistas de sete países e 31 institutos.
Cerca de 90% do excesso de calor do aquecimento global é armazenado no oceano, tornando o conteúdo de calor do oceano um indicador crítico da mudança climática. De 2023 a 2024, o aumento do conteúdo de calor do oceano superior a 2000m global é de 16 zettajoules (1021 Joules), cerca de 140 vezes a geração total de eletricidade do mundo em 2023, conforme o estudo, baseado no conjunto de dados do Insitute of Atmospheric Physics.
À medida que o aquecimento global continua, há uma necessidade urgente de rastreamento, monitoramento e comunicação cuidadosos com relação à localização do aquecimento em relação à meta de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, para ajudar os formuladores de políticas em suas deliberações.
Uma equipe internacional de especialistas criada pela OMM deu uma indicação inicial de que o aquecimento global de longo prazo, avaliado em 2024, é atualmente de cerca de 1,3°C em comparação com a linha de base de 1850/1900.
Estado do Clima Global 2024
• Os últimos dez anos (2015/2024) são os dez anos mais quentes já registados
• Provavelmente vimos o primeiro ano civil com uma temperatura média global de mais de 1,5 °C acima da média de 1850/1900
• 2024 viu temperaturas excepcionais na superfície da terra e do mar e calor no oceano
• A meta de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris ainda não morreu, mas está em grave perigo
• Listras verticais em vários tons de azul, branco e vermelho representam mudanças de temperatura ao longo do tempo.
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Acesse o estudo ‘Temperaturas recordes no oceano em 2024’>>