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Pós-pandemia

Em média, brasileiro viverá 76,4 anos

Em comparação ao ano de 1940, quando a expectativa de vida era de 45,5 anos, houve um aumento de 30,9 anos na longevidade dos brasileiros

29 NOV 2024 - 10H41 • Por Wilson Lopes
Em 1940, a expectativa de vida era de 45,5 anos; nos anos 80, 62,5 anos; nos anos 2000, 71,1 anos: estamos vivendo mais e melhor... - Prefeitura Picui (PB)

Uma pessoa nascida no Brasil em 2023 tinha expectativa de viver, em média, até os 76,4 anos, um acréscimo de 11,3 meses em relação ao ano anterior, superando o patamar pré-pandemia. Para a população masculina, o aumento foi de 12,4 meses, passando de 72,1 anos para 73,1 anos. Já para as mulheres, o ganho foi um pouco menor: passando de 78,8 anos para 79,7 anos (cerca de 10,5 meses).

Essas informações estão disponíveis na Tábua de Mortalidade 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que trazem as expectativas de vida nas idades exatas até os 90 anos, para o Brasil, e são usadas como um dos parâmetros para se determinar o fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

“A elevação do número de mortes no Brasil e no mundo com a pandemia de Coronavírus, reduziu a esperança de vida ao nascer em 2020 e 2021, chegando ao patamar de 72,8 anos nesse último ano (sendo 69,3 anos para homens e 76,4 anos para as mulheres). A recuperação desse indicador a partir de 2022 reflete a redução do excesso de mortes causado pela pandemia, para ambos os sexos”, observa Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE.

Em comparação ao ano de 1940, quando a expectativa de vida para ambos os sexos era de 45,5 anos, houve um aumento de 30,9 anos, sendo de 30,2 anos para homens e 31,4 anos para mulheres.

De 1940 a 2023, taxa de mortalidade infantil cai 91,5%

Em 2023, a probabilidade de um recém-nascido não completar o primeiro ano de vida, ou seja, a taxa de mortalidade infantil, era de 12,5 óbitos para cada mil nascimentos, sendo 13,5 para homens e 11,4 para mulheres. Em 1940, a taxa de mortalidade infantil era de 146,6 óbitos para cada mil nascimentos, ou seja, houve uma redução de 91,5%.

Já a mortalidade das crianças menores de 5 anos, ou mortalidade na infância, ficou estável nos últimos 2 anos da série. Em 2022 e 2023, de cada mil nascidos vivos, 14,7 não completavam os 5 anos de idade. Em 1940, essa taxa era de 212,1, tendo-se reduzido em 93,1%. “Neste grupo etário, a intensidade com que a mortalidade atua concentra-se no primeiro ano de vida, representando 85% dos óbitos nessa faixa”, explica a gerente.

Entre 20 e 24 anos, homens têm 4,1 vezes mais chances de morrer do que mulheres

Em 2023, a sobremortalidade masculina (razão entre a taxa de mortalidade masculina e feminina) concentrava-se nos grupos de idade chamados de adultos jovens, 15 a 19, 20 a 24 e 25 a 29 anos, com valores de 3,4, 4,1 e 3,5 respectivamente. No grupo de 20 a 24 anos, um homem de 20 anos tinha 4,1 vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher do mesmo grupo de idade. Este fenômeno pode ser explicado pela maior incidência dos óbitos por causas externas ou não naturais, que atingem com maior intensidade a população masculina.

Além disso, vale destacar que a sobremortalidade masculina acentuou-se a partir dos anos de 1980, quando a população brasileira passou a ser majoritariamente urbana e as causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc.) passaram a desempenhar um papel de destaque, de forma negativa, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino.

Entre 1940 e 2023 também diminuiu a mortalidade feminina no período fértil, de 15 a 49 anos de idade. Em 1940, de cada cem mil nascidas vivas 77.777 iniciaram o período reprodutivo e destas, 57.336 completaram este período. Já em 2023, de cada cem mil nascidas vivas 98.426 atingiram os 15 anos de idade, e destas 94.416 chegaram ao final deste período. Logo, a probabilidade de uma recém-nascida completar o período fértil em 1940, que era de 573‰ passou para 944‰ em 2023. “Com a diminuição generalizada dos níveis de mortalidade, fica evidente a importância do papel da fecundidade na regulação do volume populacional brasileiro, já que a grande maioria das mulheres que nascem, vão iniciar e completar o período reprodutivo, tendo, portanto, a oportunidade de ter todos os filhos que desejarem”, destaca Izabel.

Expectativa de vida dos idosos aumentou em 9,3 anos de 1940 a 2023

Em 1940, um indivíduo ao atingir 60 anos, esperaria viver em média mais 13,2 anos, sendo que no caso dos homens seriam 11,6 anos, e das mulheres 14,5 anos. Em 2023, a esperança de vida aos 60 anos era de 22,5 anos para o total da população. A expectativa de vida nessa faixa etária para os homens era de 20,7 anos e para as mulheres, de 24,0 anos. Para este indicador pode-se também identificar os efeitos da pandemia da doença por coronavírus - COVID-19, especialmente em 2020 e 2021, com recuperação a partir de 2022.

A expectativa de vida ao atingir 80 anos foi de 8,9 anos em 2023, sendo de 9,4 anos para mulheres e 8,3 anos para homens. Em 1940, estes valores eram de 4,5 anos para as mulheres e 4,0 anos para os homens, indicativo de um maior aumento da longevidade da população feminina em relação à masculina. O diferencial por sexo entre as expectativas de vida, que em 1940 era de meio ano em favor das mulheres, passou a ser de 1,2 ano.

Com informações, Irene Gomes, Agência IBGE Notícias.

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