As eleições de 6 de outubro de 2024 serão disputadas por 454.528 candidatos e candidatas nos 5.569 municípios do país. Deste total, 15.313 concorrem ao cargo de prefeito, 15.307 de vice-prefeito e 423.908 ao cargo de vereador.

Com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após o encerramento do prazo para registro das candidaturas, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em parceria com o coletivo Common Data, publicou o estudo ‘Perfil do Poder - Eleições 2024’, com a análise das candidaturas registradas.

O estudo ajuda a traçar o perfil, gênero, espectro ideológico, escolaridade, ocupação e patrimônio dos candidatos envolvidos nas eleições municipais, bem como comparar com os pleitos anteriores.

Do número total de candidaturas, 300.211 (66,05%) são de homens, enquanto 154.317 (33,95%) são de mulheres. A maior diferença de gênero está nas candidaturas a prefeito, com 13.015 (84,99%) candidaturas de homens e 2.298 (15,01%) candidaturas de mulheres.

No total de candidaturas, somente naquelas para vereador há um número maior de candidaturas negras (pardas e pretas somadas) do que brancas. Considerando-se as candidaturas para todos os cargos, 207.467 (45,64%) são de pessoas brancas, 187.903 (41,34%) são de pessoas pardas, 51.782 (11,39%) são de pessoas pretas, 2.479 (0,55%) são de pessoas indígenas, 1.756 (0,39%) são de pessoas amarelas e 3.141 (0,69%) não informaram sua cor/raça.

O Inesc constatou que os candidatos declarados indígenas passaram de 2.172 registros, em 2020, para 2.479 registros, em 2024, o que representa uma alta de 14,13%. O crescimento foi notado em todas as regiões do Brasil.

Pela primeira vez, neste ano, os candidatos puderam também declarar, de forma opcional, o pertencimento étnico. Das candidaturas registradas, 1.966 divulgaram sua etnia, o que somou 176 etnias, segundo o TSE. As três maiores são 168 candidaturas do povo Kaingang; 150, Tikúna, e 107 candidatos da etnia Makuxí.

Dentre as inovações no registro de candidatura para as eleições de 2024, houve a coleta de declaração de pertencimento à comunidade quilombola. Das 454.528 candidaturas, 3.455 (0,76%) candidatos se declararam quilombolas.

Considerando-se todos os cargos em disputa, são 252.510 (55,55%) candidaturas de direita, 105.606 (23,23%) candidaturas de esquerda e 96.412 (21,21%) candidaturas de centro. 

Além disso, em um número maior do que o registrado em 2020, a maioria das disputas ocorre em municípios nos quais só haverá dois candidatos, onde a disputa acontecerá, geralmente, entre um partido de centro e um partido de direita.

Dos 15.313 candidatos a prefeito, 1 é analfabeto; 704 (4,60%) possuem o ensino fundamental completo; 614 (4,01%) possuem o ensino fundamental incompleto; 3.789 (24,74%) possuem o ensino médio completo; 341 (2,23%) possuem o ensino médio incompleto; 75 (0,49%) leem e escrevem; 9.016 (58,88%) possuem o ensino superior completo; e 773 (5,04%) possuem o ensino superior incompleto.

Dos 423.908 candidatos a vereador, 26 são analfabetos; 48.008 (11,33%) possuem o ensino fundamental completo; 45.562 (10,74%) possuem o ensino fundamental incompleto; 168.866 (39,84%) possuem o ensino médio completo; 19.869 (4,69%) possuem o ensino médio incompleto; 9.406 (2,22%) leem e escrevem; 112.923 (26,64%) possuem o ensino superior completo; e 19.248 (4,54%) possuem o ensino superior incompleto.

Os candidatos e as candidatas às eleições municipais de 2024 declararam 254 ocupações diferentes, além da categoria “outros” (21,79%). Dentre as ocupações mais recorrentes, encontram-se as de empresário (7,63%), servidor público municipal (6,92%), agropecuarista (7,79%), vereador (5,85%) e comerciante (4,33%).

A partir da categorização das ocupações declaradas em grupos semelhantes em um recorte de gênero, percebe-se que as ocupações categorizadas mais recorrentes nas candidaturas femininas são as de funcionária pública (3,12%), educadora (2,81%), dona de casa (2,60%), profissional de saúde (2,47%) e autônoma/profissional liberal (2,45%). 

Entre os homens, as categorias mais recorrentes são as de autônomo/profissional liberal (7,52%), agropecuarista (empregador) (5,97%), político (5,36%), funcionário público (5,34%) e profissional de compras/vendas (4,63%).

Considerando-se os nomes de urna das candidaturas, observa-se que cada cargo possui uma predominância diferente em relação aos termos utilizados que servem como chamariz dos candidatos e das candidatas. 

Para as candidaturas ao cargo de prefeito, o termo mais recorrente é “Dr.” (766 ocorrências), abreviação de “doutor”, seguido do termo “Professor” (233 ocorrências). Chama a atenção a quantidade de vezes em que se usa o termo “Zé” (269 ocorrências), um apelido para José, o que remete a uma coloquialidade do candidato.

Nas eleições municipais de 2024, 44.580 (9,81%) dos 454.528 candidatos e candidatas tentam a reeleição em seus cargos, sendo que 2.958 (19,32%) das 15.313 candidaturas a prefeito tentam a reeleição. Por sua vez, 1.926 (12,58%) das 15.307 candidaturas a vice-prefeito são para reeleição, enquanto 39.696 (9,36%) das 423.908 candidaturas a vereador tentam a reeleição.

Maior eleição de todos os tempos

A justiça eleitoral informa que a eleição municipal deste ano é a maior de todos os tempos porque há mais de 155,91 milhões de eleitores e eleitoras, sendo que 140,03 milhões de eleitores não têm a informação de cor e raça no cadastro eleitoral. Entre o eleitorado que tem esse dado, 8,5 milhões (5,45%) são pessoas pardas; 5,29 milhões (3,39%) são brancas; 1,8 milhão (1,16%) são pessoas pretas; 155,6 mil (0,10%) são indígenas; 114,38 (0,07%) são pessoas amarelas.

O primeiro turno das eleições municipais está marcado para 6 de outubro. O segundo turno ocorrerá em 27 de outubro, em cidades com mais de 200 mil eleitores, se nenhum dos candidatos ao posto obtiver mais da metade dos votos válidos, excluídos os votos em branco e nulos, para ser eleito.

Com informações, Daniella Almeida, Agência Brasil e Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)

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