Serviço público registra 986 manifestações de assédio sexual só em 2024
Painel criado pela CGU reúne informações registradas nas ouvidorias e permite pesquisar manifestações de funcionários públicos federais, estaduais e municipais
13 DEZ 2024 - 16H00 • Por Wilson LopesCriado pela Controladoria-Geral da União (CGU) para dar transparência e fornecer dados que auxiliem gestores e cidadãos no exercício do controle por meio da participação social, o painel "Resolveu?" é uma ferramenta que reúne informações sobre manifestações de ouvidorias (denúncias, sugestões, solicitações, reclamações, elogios e pedidos de simplificação) que a Administração Pública recebe diariamente pelo sistema e-Ouv.
A ferramenta permite pesquisar, examinar e comparar indicadores de forma rápida, dinâmica e interativa de manifestações oferecidas por funcionários públicos federais, estaduais e municipais.
Até 07/09/2024, o painel "Resolveu?" já acumula 687 manifestações de assédio sexual em órgãos federais, 154 em estaduais, 125 em municipais, 17 no serviço autônomo e 3 no Judiciário Federal, totalizando 986 manifestações no serviço público de janeiro a setembro desse ano.
A lista é puxada pela Universidade Federal de Rondônia (32 registros), pelo Ministério da Saúde (23), pela Universidade Federal de Pernambuco (20) e pela própria CGU (20).
A relação segue com manifestações originárias do Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, cada um com 11 casos. A Universidade Federal do Rio de Janeiro tem dez ocorrências. A universidade Federal do Ceará e o Ministério das Mulheres, nove registros cada.
O Comando da Aeronáutica, a Universidade Federal do Pará e a Universidade de Brasília, com oito ocorrências cada, formam a lista das instituições com mais denúncias e reclamações.
Cerca de 60% dos registros no painel da CGU identificam o tipo de denúncia. A maioria é de "conduta de natureza sexual". No mês de agosto, houve alta de registros, com 122 casos ou 21% das ocorrências anotadas pelas ouvidorias de órgãos públicos federais.
Há pouca informação sobre os denunciantes e reclamantes. Três quartos não informaram a localização ou a cor. Entre as 88 pessoas que identificaram sexo, 66 eram mulheres (75%) e 22 eram homens.
Com informações, Gilberto Costa, Agência Brasil.
Acesse o painel "Resolveu?>>