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Educação Básica

Pires Ferreira (CE), Santana do Mundaú (AL) e Angra dos Reis (RJ) são destaques no IDEB/2023

Brasil avança no índice que avalia o desenvolvimento da educação básica, mas não supera a meta estabelecida para o ensino médio

11 NOV 2024 - 13H54 • Por Wilson Lopes
Centro de Educação Infantil em Pires Ferreira; a cidade teve, ao todo, 13 escolas premiadas no Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará - Governo do Ceará

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB/2023), indicador essencial para medir a qualidade da educação do Brasil. 

Conforme o índice, o país alcançou 6 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano), atingindo a meta nacional estabelecida para o primeiro ciclo do indicador (2007/2021). Nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), o Brasil alcançou 5 pontos e o ensino médio registrou 4,3 pontos, ficando abaixo das metas do indicador para o país nessas etapas, que era de 5,5 e 5,2, respectivamente.

Quando se comparam os resultados de proficiência padronizada do Ideb (matemática e leitura), entre 2021 e 2023, 96% dos estados (26) melhoraram o desempenho nos anos iniciais; 59% (16 estados) nos anos finais; e 65% (17 estados) no ensino médio.

“O Ideb funciona como um norte para as tomadas de decisões na educação básica, determinando o que deve ser melhorado no ensino e garantindo que a construção dos programas e das iniciativas seja feita para assegurar o atendimento das necessidades da população”, observa Camilo Santana, ministro da Educação.

As escolas de Santana do Mundaú, de Alagoas, lideraram o ranking nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ANO) (Gazetaweb)

Ações de enfrentamento 

Apesar de alguns estados terem se destacado em duas das três etapas avaliadas, o Brasil só superou a meta nos anos iniciais do ensino fundamental, o que reforça a importância de o MEC seguir atuando junto aos entes federados para a superação das desigualdades educacionais. 

Os dados mostram que a modalidade de ensino apresentou melhores índices em relação ao ensino médio regular, na última medição. “Houve um esforço dos estados brasileiros para ampliar sua rede de ensino médio técnico integrado, como uma estratégia estabelecida pelo governo. E o que o Ideb apresenta para nós é uma melhora efetiva nos indicadores educacionais para os estados que apostaram nessa modalidade”, apontou Santana.

Na visão do diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Moreno, essas políticas educacionais enfocam a maior necessidade do País: a superação de desigualdades. “As proporções educacionais não são uniformes entre os estados e territórios no Brasil. O que os dados do Ideb nos mostram é que há uma grande variação entre as regiões no acesso à escola e no avanço da educação e que essas desigualdades tendem a aumentar ainda mais com o passar dos anos na escola, com o ensino médio sendo o principal ponto de atenção”, declarou.  

Alunos de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que liderou o ranking do IDEB no ensino médio

Metas e projeções 

O Ideb é composto por dados referentes à aprovação dos estudantes (fluxo escolar) e às médias de desempenho nas avaliações. É calculado a partir do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Varia de 0 a 10, de modo que quanto melhor o desempenho dos alunos e mais alto o número de aprovados, maior é o Ideb. 

O indicador foi criado em 2007, mesmo momento em que se estabeleceu o “Compromisso Todos pela Educação” (Decreto nº 6.094/2007), com metas a serem atingidas por cada estado brasileiro, pelo Distrito Federal e pelos municípios, bem como resultados projetados para cada unidade escolar. O primeiro ciclo do Ideb se encerrou em 2021. Em janeiro de 2024, o Inep instituiu um Grupo Técnico, o GT Novo Ideb, com o objetivo de elaborar um estudo técnico para subsidiar o MEC na atualização do Índice e de novas metas.

 “A ideia é que o Ideb continue sendo o indicador que nos guia na apreciação do desenvolvimento da educação, mas talvez alguns ajustes sejam necessários, sempre com a preocupação de que não se perca a possibilidade de comparação ao longo do tempo. Estamos encerrando o ciclo do compromisso pelo desenvolvimento da educação, de 2007, quando se projetaram metas de desenvolvimento da educação até 2021. Como o PNE [Plano Nacional de Educação] tem vigência até 2024, podemos considerar que essas metas continuaram até aqui”, explicou o presidente do Inep, Manuel Palacios.

Goiás atingiu a maior nota do país, com média 4,8, e também ficou entre as únicas três unidades da federação que alcançaram a meta do Ideb, junto de Pernambuco e Piauí. No ensino fundamental, o Estado ficou em 1º lugar nos anos finais, com média 5,5, ao lado do Ceará e Paraná.

As ilhas de excelência

Entre os municípios, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB/2023) vem comprovando a evolução do ensino no Nordeste do país, mesmo convivendo com a má gestão dos recursos públicos e com a ingerência de algumas prefeituras, ocasionando transporte escolar precário, escolas sem infraestrutura adequada, merenda sem a quantidade de proteínas e nutrientes recomendados., além de professores mal remunerados.

No ranking dos 20 municípios com as melhores pontuações nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ANO), só dois não são do Nordeste. O Ceará tem 13 municípios na lista, Alagoas outros 5. 

Nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), a predominância nordestina no ranking dos municípios mais eficientes do IDEB ainda continua. Também são 18 cidades entre as 20 melhores (11 do Ceará, 4 de Alagoas, 1 da Bahia, de Pernambuco e outra do Piauí. 

Já no ensino médio, onde o Brasil ficou abaixo da meta estipulada para o indicador, a predominância de municípios nordestinos foi pequena. Apenas três cidades de Alagoas, Ceará e Piauí figuram na lista das 20 melhores. 

Com informações, Assessoria de Comunicação Social do MEC e do Inep.

@governogoias @prefeituraangra @prefeituradepiresferreira

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