Helsinque tem a melhor mobilidade urbana e Hong Kong o melhor transporte público do mundo
Urban Mobility Readiness Index avaliou as 65 cidades globais; São Paulo (46) e Rio de Janeiro (52) chegaram atrasadas
20 NOV 2024 - 08H00 • Por Wilson LopesO Fórum Oliver Wyman, um grupo de líderes empresariais que se reúne para discutir políticas públicas e propor soluções para questões que afetam o clima, sustentabilidade, futuro do dinheiro, consumo, mercado e mobilidade acaba de divulgar a quinta edição do Urban Mobility Readiness Index (UMR 2023) – ou Índice de Preparação para Mobilidade Urbana.
Elaborado em parceria com a Universidade Berkeley, da Califórnia, o índice classifica as 65 cidades globais sobre a sua preparação para melhorar o transporte público e a mobilidade sustentável.
Estas cidades são geograficamente diversas, representando seis regiões globais: América do Norte, América Latina, Europa, Médio Oriente, Ásia-Pacífico e África. Vão desde megacidades extensas como Tóquio e Deli, até cidades mais compactas como Oslo e Washington DC, até metrópoles em rápido desenvolvimento como Nairobi.
Elas foram selecionadas devido aos seus desafios de mobilidade distintos e às diversas soluções que buscam. Compreendem a importância da mobilidade e servem como epicentros econômicos para as suas regiões, tornando os seus esforços para melhorar a mobilidade vitais para o crescimento de áreas muito maiores.
Critérios
Para elaborar o ranking, a equipe de pesquisa chegou aos seis principais atributos dos futuros ecossistemas de mobilidade:
Integrada: A mobilidade deve ser intermodal, serviços de balcão único que proporcionem viagens, deslocamentos diários e experiências de entrega contínuas.
Acessível: A mobilidade deve ser fácil de usar, acessível, conveniente, eficiente e disponível para todos.
Sustentável: Os sistemas e soluções não devem degradar o ambiente ou a saúde dos residentes da cidade e podem até oferecer-lhes benefícios económicos.
Inovador: As cidades devem incentivar a inovação e tirar partido das tecnologias mais recentes, reinterpretando-as para se adaptarem às suas necessidades.
Colaborativo: Os municípios precisam criar coligações com empresas do setor privado, tanto grandes corporações como startups, para poderem trabalhar em conjunto para moldar o futuro.
Resiliente: Como os desastres e outros riscos desafiam a resiliência da mobilidade urbana, é importante que as cidades priorizem a questão.
Dimensões
O UMR 2023 utiliza cinco dimensões básicas para classificar as cidades: infraestrutura, impacto social, atratividade do mercado, eficiência dos sistemas e inovação. Juntos, eles demonstram o quão as cidades estão preparadas para liderar o próximo capítulo da mobilidade.
As cidades que lideraram a edição deste ano são aquelas que optaram pelos blocos de construção mais simples do transporte urbano, como infraestrutura e eficiência de sistemas, em vez de soluções mais inovadoras ainda em desenvolvimento, como carros autônomos.
A importância dos investimentos em mobilidade não pode ser subestimada: 45% dos consumidores afirmaram que a acessibilidade e a disponibilidade são os fatores mais importantes que impulsionam as suas decisões de mobilidade, logo atrás da acessibilidade, de acordo com pesquisa do Fórum Oliver Wyman.
Bilhete único
Oferecer uma rede de transporte público densa e fácil de usar é um investimento inteligente para as cidades que desejam aumentar o número de passageiros do transporte público e fazer crescer suas economias: cada US$ 1 bilhão investido em transporte público gera retornos econômicos cinco vezes maiores e cria 50 mil empregos, de acordo com o C40, uma coligação de 96 cidades que defendem a ação climática.
Alguns governos estão proativos no sentido de tornar o transporte público mais acessível. Berlim e Munique, por exemplo, se beneficiam do recente ‘Deutschland Ticket’ da Alemanha, que permite aos passageiros utilizar todos os transportes públicos locais por cerca de 52 dólares por mês.
Seul, da mesma forma, planeja lançar um passe de transporte coletivo que permitiria aos passageiros usar todas as linhas de metrô e ônibus e o serviço de compartilhamento de bicicletas da cidade já em 2024. Boston, entretanto, está estudando a viabilidade de oferecer tarifas de transporte público flexíveis com base nos níveis de renda.
A vitalidade urbana depende de redes de mobilidade acessíveis, convenientes e sustentáveis. À medida que as pressões globais colocam em causa os meios de subsistência e o clima, as cidades devem garantir a sua viabilidade como locais para viver e trabalhar no futuro. Um regresso aos fundamentos que mantêm a mobilidade sustentável, acessível e eficiente pode fortalecer essa vitalidade.
Ranking
A líder do ranking da mobilidade urbana é Helsinque, capital finlandesa, que possui zonas sem carros, grandes investimentos em infraestruturas de carregamento de veículos elétricos, infraestruturas avançadas para ciclistas e uma rede de transportes públicos em expansão com novos projetos de metropolitanos ligeiros e elétricos. Com uma passagem de US$ 3, os passageiros podem viajar em qualquer meio de transporte.
Índice de Preparação para Mobilidade Urbana.
UMRCidadeMobilidade SustentávelTransporte público1º Helsinque (Finlândia) 4 6 2º Amsterdã (Países Baixos) 2 11 3º Estocolmo (Suécia) 5 5 4º São Francisco (Estados Unidos) 23 18 5º Munique (Alemanha) 7 16 6º Cingapura (Singapura) 9 3 7º Zurique (Suíça) 8 2 8º Paris (França) 12 7 9º Copenhague (Dinamarca) 3 4 10º Berlim (Alemanha) 10 9 11º Londres (Inglaterra) 11 12 12º Nova Iorque (Estados Unidos) 25 17 13º Seul (Coreia do Sul) 17 13 14º Oslo (Noruega) 1 8 15º Hong Kong (Hong Kong) 6 1 16º Tóquio (Japão) 15 10 17º Washington DC (Estados Unidos) 21 25 18º Chicago (Estados Unidos) 30 15 19º Boston (Estados Unidos) 26 34 20º Madri (Espanha) 19 28 21º Vancouver (Canadá) 16 24 22º Sidney (Austrália) 27 14 23º Los Angeles (Estados Unidos) 31 36 24º Barcelona (Espanha) 20 22 25º Toronto (Canadá) 24 36 26º Montreal (Canadá) 22 35 27º Atlanta (Estados Unidos) 35 39 28º Dubai (Emirados Árabes) 46 31 29º Melbourne (Austrália) 43 29 30º Pequim (China) 18 30 43º Santiago (Chile) 42 43 44º Buenos Aires (Argentina) 37 32 46º São Paulo (Brasil) 39 48 52º Rio de Janeiro (Brasil) 50 41
Fonte: Urban Mobility Readiness Index (UMR 2023)
@oliverwymanconsulting
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Veja o vídeo do transporte público de Amsterdã, publicado no canal do Youtube da Agência Cidades>